Como consegui engravidar tendo endometriose – Parte I

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É notório que, cada vez mais, os casais pensam em ter filhos mais tarde. Afinal, são tantos compromissos, correria do trabalho, estudos, que a ideia de ter filhos acaba ficando sempre mais para frente. Certo?

Aí, quando o casal finalmente deseja ter filhos, logo pensa: mês que vem estaremos grávidos! Porém, nem tudo é tão fácil quanto parece. É claro que existem os sortudos que conseguem engravidar de imediato, mas me parece que não se trata da regra. Vou compartilhar com vocês o meu caso. 

Após 6 meses de tentativas, procurei ajuda com minha ginecologista do Rio de Janeiro, local onde eu morava antes de me mudar para os EUA. Ela me aconselhou a fazer ultrassonografias seriadas, para potencializar as chances de engravidar. Mas o que é ultrassonografia seriada? Para que serve? Vamos lá:

As ultrassonografias seriadas nada mais são do que várias ultrassonografias transvaginais, feitas dia sim dia não, a partir do 10o dia do ciclo menstrual. O médico é quem decide a frequência do exame, podendo ser a cada 2 dias ou até mais (depende do ciclo menstrual de cada mulher). Essas ultrassonografias funcionam como um método de controle de ovulação. Através dela o médico acompanha o crescimento dos folículos até que um ou mais se rompa e libere o óvulo. Dessa forma, o médico consegue indicar com precisão os dias certos para namorar.

Durante o período que fiz as seriadas, foi constatado que eu tinha um endometrioma no ovário esquerdo, além de ter a tal da SOP (Síndrome dos Ovários Policisticos). Uma bela dupla, não? Para quem não as conhece, vou apresentá-las:

Endometrioma é um tipo de cisto que se forma a partir de pequenas células do endométrio que se desprendem do útero e se fixam no ovário. Assim, essas células formam pequenos cistos na parede externa do ovário. Esses cistos são denominados “endometriomas”. Quando esses cistos se rompem, o seu conteúdo se espalha pela pelve, na superfície do útero, bexiga e intestino, causando cólicas fortíssimas (eu que o diga, muito sofrido!).

Já a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) é um distúrbio hormonal que interfere no processo normal de ovulação. Como? Simples. É natural o aparecimento de cistos durante o processo de ovulação, porém, esses cistos desaparecem a cada ciclo menstrual. Já em portadoras da SOP, esses cistos permanecem e modificam a estrutura dos ovários, tornando-o até 3 vezes maior que o tamanho normal.

Depois de alguns meses fazendo ultrassonografias seriadas e não conseguindo engravidar, o próximo passo foi a investigação mais profunda da causa da infertilidade. Sendo assim, a partir de então o marido também teve que “entrar na jogada” e também foi submetido a exames.

Exames do marido estavam todos ok, o negócio era comigo mesmo rs.

Nesse momento, começamos a consultar alguns especialistas. Fui para São Paulo para me consultar com a Dra Tânia (http://schupp.com.br), profissional extremamente competente e muito bem indicada. Dra Tânia me passou alguns exames complementares, dentre eles, a histerossalpingografia, que consiste em um exame de radiografia, para verificar as condições anatômicas dos órgãos reprodutores femininos: útero e tubas. Com isso, descobrimos que minha trompa esquerda estava levemente obstruída, devido à endometriose.

Diante disso, da endometrioses e da SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos), Dra Tânia recomendou que eu fizesse consulta com um especialista em medicina reprodutiva. Tive a indicação do Dr Joji Ueno, da clínica Gera (http://www.clinicagera.com.br).

Dr. Joji analisou todos os exames que eu já havia feito e foi bem prático nas explicações. No nosso caso, poderíamos engravidar normalmente, mas poderia ser tanto daqui 1 mês, como daqui 10 anos. Assim, ele nos apresentou 2 alternativas:

  • ou eu faria a retirada do endometrioma através da cirurgia de laparoscopia e depois continuaria as tentativas normalmente até engravidar;
  • ou eu partiria diretamente para a FIV (fertilização in vitro) sem retirar o endometrioma.

Acabamos escolhendo a segunda opção porque a gravidez já seria um tratamento para a endometriose, sem necessidade de cirurgia. Explico: como a endometriose “se alimenta” das menstruações, quando a mulher engravida, é possível que os endometriomas diminuam ou até mesmo desapareçam, pelo simples fato de não estarem acontecendo as menstruações. E, de fato, foi o que aconteceu comigo, pois meu endometrioma diminuiu bastante com a gravidez, a ponto de não me causar mais dores.

Bem, tomada a decisão de que iríamos fazer o tratamento de fertilização, foi aí que nossa batalha comecou! Foi um caminho difícil, mas com um resultado POSITIVO!! E é isso que quero mostrar aos meus queridos leitores que estão passando por situação igual ou semelhante! Há luz no fundo do túnel!

Resumidamente, nesse post quis mostrar para vocês os caminhos na busca da tão sonhada gravidez, para quem está com dificuldades. São eles: tentativas por pelo menos 1 ano (se necessário com a realização de ultrassonografias seriadas) – investigação da causa da infertilidade no homem e na mulher – estudo das alternativas para cada caso – decisão do casal (no nosso caso decidimos pela fertilização in vitro).

No próximo post compartilharei com vocês todos os detalhes deste tratamento. Achei melhor dividir o assunto em 2 posts, diante da complexidade do assunto. Se tiverem dúvida de pontos específicos do tratamento, deixem comentários abaixo! Assim posso elaborar o próximo post de uma forma mais completa, já respondendo às possíveis dúvidas.

Espero que minha história traga muita positividade a todas minhas leitoras tentantes que passam por situações semelhantes!

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Até a próxima! Um abraço!

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Comments

  1. Ju, muito legal este post.
    Bem explicativo.
    Beijo

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  2. Ju, eu adoreeeei ! Nossa, vc escreve muito bem. Super explicadinho. Meus parabéns.
    Muito bacana saber um pouco mais da sua gestação. Um lado que eu não conhecia, pq hoje eu conheço dois lados hahaha os twins kkkk

    Parabéns mais uma vez ! Um beijo !

    Curtido por 1 pessoa

  3. Oi Ju Parabéns pelos gêmeos! Adorei seu post, continua contando sua história pra gente após a decisão da fiv, tbm tenho endometrioma no ovário e sonho em ser mãe, até sonhei com gêmeos acho lindo rs…mas quero muito de engravidar naturalmente, pois não tenho como pagar uma fiv! Bjs

    Curtido por 1 pessoa

    • Oi Andreia! Que bom que gostou! Amanhã tem post novo, dando continuidade ao assunto! 🙂 Eu já andei lendo que alguns hospitais oferecem o tratamento gratuito, sendo apenas necessário comprar os medicamentos. Outros oferecem o tratamento + medicamentos grátis pelo SUS. Parece que precisa comprovar o preenchimento de alguns requisitos específicos, além da tentativa de engravidar por 1 ano sem uso de nenhum método anticoncepcional. Você já chegou a pesquisar a respeito? Bjs e obrigada pela visita!

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  4. Oi Ju tudo bem eu já tenho uma princesa pensando em gravidar de novo levei um balde de água fria q eu estou com endrometriose nos dois ovários pra completar e um mioma no tamanho de um grão de arroz, eu já estou tentando já um ano fazendo tratamento com remédios e ainda nada.

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    • Oi Camilla! Pq vc não experimenta fazer acompanhamento com usg seriadas (concomitantemente)? Pode ser que ajude! O tratamento de FIV seria indicado em último caso, depois de todas as tentativas possíveis. E parabéns pela princesa!!! 😉

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  5. Olá Ju, mto bem explicado. Linda sua história!
    Gostaria de te perguntar uma coisa… Eu tbém descobri a endometriose e junto com ela a adenomiose, tbém farei FIV, e meu medico me orientou a fazer oso de umas injeções para bloquear a hipófise antes de começar as induções… Ele explicou q vai amenizar a endometriose para facilitar todo o processo tbém.
    Gostaria de saber se VC tbém tomou está medição para fazer esse bloqueio.
    Eu começar no 20° dia do ciclo.
    Obrigada!

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  6. Olá Ju, mto bem explicado. Linda sua história!
    Gostaria de te perguntar uma coisa… Eu tbém descobri a endometriose e junto com ela a adenomiose, tbém farei FIV, e meu médico me orientou a fazer uso de umas injeções para bloquear a hipófise antes de começar as induções… Ele explicou q vai amenizar a endometriose para facilitar todo o processo tbém.
    Gostaria de saber se você tbém tomou está medição para fazer esse bloqueio.
    Eu começar no 20° dia do ciclo.
    Obrigada!

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  7. Juliana Milagres Batista says:

    Oi Ju! Também me chamo Juliana e estou passando por uma situação muito parecida com a sua. Vc não imagina o quanto ler a sua história me tranquilizou… Comecei a sofrer com cólicas e excesso de fluxo, e quanto investiguei descobri pequenos endometriomas no ovário direito. Como já tenho 37 anos, e eu e meu marido estamos tentando há 5 meses sem sucesso, recebi a indicação para fertilização in vitro. Agora é partir para os exames!! Espero que Deus nos abençoe assim como abençoou sua família! Bjos

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  8. Olá!
    o ano passado tomei a decisão de engravidar, fiz exames e estava tudo ok. passados 9 meses de treino, continuava sem engravidar e voltei a fazer exames, aí foi-me detectado a endometriose.
    fiquei tão nervosa, porque já sabia o q era essa doença, que não consegui prestar atenção no médico. ele sugeriu a cirurgia, mas depois falou em fiv.
    então fico na dúvida. tenho pesquisado muito na net e vim dar a este blog. sou portuguesa.
    eu tenho bastantes dores menstruais, mas para mim isso não é um problema, eu quero mesmo é engravidar.
    a minha dúvida é: se fizer a cirurgia será que consigo engravidar naturalmente ou preciso recorrer à fiv?se n fizer posso recorrer já à fiv, ou não terei sucesso?

    obrigada!!!

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Trackbacks

  1. […] tempo, são feitas ultrassonografias seriadas (vimos o que são “ultrassonografias seriadas” no post anterior, lembram-se?) para controlar o efeito dessa estimulação e determinar qual o melhor dia para a […]

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